1º projeto de créditos de carbono é colocado em prática no Pantanal
31 de maio de 2023

Ao todo, 135 mil hectares da Serra do Amolar, em Corumbá (MS), agora são certificadas internacionalmente para a comercialização de créditos de carbono.

Dinheiro não nasce em árvore, mas mantê-las em pé é considerado bom negócio. O 1º projeto para créditos de carbono foi colocado em prática no Pantanal nesta terça-feira (30).

Ao todos, 135 mil hectares da Serra do Amolar, em Corumbá (MS), agora são certificadas internacionalmente para comercialização de créditos de carbono. A área representa 7% do Pantanal. O projeto é de parceria entre o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e o Programa Conexão Jaguar, de conservação das onças-pintadas.

“A onça-pintada tem uma representação de estar no topo da cadeia, então quando a gente fala ‘onde há onça, já vida’, se o ecossistema tem a presença da onça, significa que ele é um ecossistema equilibrado, um ecossistema protegido, um ecossistema preservado”, comentou a gerente de comunicação e sustentabilidade da ISA CTEEP, Ana Carolina David.

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Para garantir a venda dos créditos, os trabalhos já realizados no Pantanal, como a prevenção aos incêndios, pesquisas que comprava a presença de animais e ações com as comunidades ribeirinhas devem ser constantes. Ao longo de 10 anos, estima-se a redução de 430 mil toneladas de carbono.

O valor do carbono é variável. Cada crédito equivale a uma tonelada de carbono. Em média, esse crédito vale entre cinco e dez dólares. O dinheiro volta para as ações em conservações.

Em Corumbá, os pesquisadores e técnicos do IHP reúnem as informações que são usadas para a comprovação científica de que as áreas estão de fato protegidas.

“Os compradores desses créditos, eles estão cada vez mais interessados em projetos que tenham créditos de excelência, então créditos que conseguem ser projetos que conseguem comprovar que seus créditos tem compromisso, permanência, durabilidade e que o recurso desses créditos é efetivamente aplicado de novo nas comunidades, na proteção da biodiversidade, na manutenção e sustentabilidade do projeto”, explicou a doutora em ecologia e conselheira do IHP, Letícia Larcher.

A iniciativa no Pantanal reforça o potencial brasileiro na proteção da natureza. “É um projeto que contribui, primeiro pra apoiar iniciativas em áreas que já são protegidas, estabelece a conectividade entre essas áreas, então fortalece o conceito de um corredor ecológico e traz uma visão de como que a iniciativa privada pode contribuir para as ações de conservação”, disse a secretária Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais, do Ministério do Meio Ambiente, Rita Mesquita.

Por g1 MS

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