Sistema Fiems debate futuro da educação e impacto do ensino no mercado de trabalho
31 de maio de 2022

O primeiro dia do evento “Business Meeting – Papo de Negócios”, que começou nesta segunda-feira (30/5) e segue até terça-feira (31/05), no Edifício Casa da Indústria, contou com palestrantes internacionais que debateram o futuro da educação e o impacto do ensino no mercado de trabalho. 

Na avaliação do presidente do Sistema Fiems, Sérgio Longen, o tema está diretamente ligado com o futuro da própria indústria. “Temos um desafio muito grande que estamos debatendo, que é o grande projeto inovador na área de educação. A nossa intenção é viabilizar um projeto, um modelo novo de educação. O Brasil só tem uma saída e é a integração da educação”, afirmou. 

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Paulo Corrêa, ressaltou que o momento é de mudança. “O principal é a capacitação, a inovação, mas, mais do que tudo, é preciso mudar o conceito de educação. As ferramentas hoje são completamente diferentes, os professores têm de se adaptar. É nosso desafio também, porque tem várias formas de você chegar a um resultado”, destacou. 

Na abertura do evento, o superintendente do Sesi, Régis Borges, e o diretor regional do Senai, Rodolpho Caesar Mangialardo, destacaram a importância dos temas debatidos.

Régis Borges lembrou ações adotadas na Escola do Sesi para manter-se atual com o desenvolvimento de crianças e adolescentes. “Hoje temos uma parceria com uma instituição sediada na Inglaterra, mas que tem experiência em todo mundo, que visa melhores práticas em processos de gestão no trabalho do dia a dia das escolas, com olhar muito focado nos professores”, elencou.

Já Rodolpho Mangialardo destacou o impacto dos métodos educacionais na formação de mão de obra qualificada. “Temos de fato muita oportunidade de mercado. Mato Grosso do Sul está em plena ascensão. Estamos de portas abertas para debater educação como soluções para a indústria”, explicou.

Novos horizontes para a educação

A necessidade de ampliar horizontes educacionais foi o foco do Education Talk “O caminho mundial da educação para qualificar o profissional do futuro”, ministrado pelo professor britânico, Phil Hawkins.

Com mais de 20 anos de experiência em docência, o educador analisa o ensino a partir da adoção de três Cs: cultura, moeda corrente e caráter. Para ele, os três elementos precisam ter a mesma importância na abordagem escolar, o que inclui, por exemplo, a adoção de estágios e estímulo empreendedor com a mesma importância de aulas teóricas. 

Tal transformação, segundo o palestrante, precisa se dar de forma coletiva. “Vá rápido, vá sozinho. Vá longe, vá junto”, destacou. A perspectiva seria um dos caminhos para buscar soluções para o fato de que muitos jovens aspiram por empregos com alto risco de automação, por exemplo. Para ele, a Escola Sesi já considera essa mudança de perspectiva no método educacional. 

No segundo painel, o palestrante português Jorge Castro utilizou da fábula para apresentar “A história da escola profissional em parceria com a indústria na Europa”. A ideia é destacar as particularidades de cada aluno e a necessidade de diferentes métodos de seleção para abarcar tais diferenças.

O doutor em Educação e Psicologia acredita que o grande desafio é formar alunos mais eficientes. “Os jovens têm dificuldade de lidar com temas que não sejam os temas escolares. As instituições de ensino formam para uma educação muito teorizada e muito pouco prática”, destacou.

Segundo ele, a ideia vai ao encontro da falta de mão de obra, problema verificado em todas as áreas, em vários lugares do mundo, como Portugal e o próprio Brasil. “O mundo mudou e é preciso que a escola acompanhe essa mudança”.

Escola precisa ensinar a pensar

A diretora de desenvolvimento de projetos educacional da Microsoft, Vera Cabral, foi o destaque do bate-papo “Tecnologias educacionais: Proposta de solução para formar os profissionais da indústria 4.0”. 

Conforme a economista, o desenvolvimento humano deve ser o principal foco do ensino. “ Precisamos de uma escola que ensine vocês a pensarem. As ferramentas devem facilitar isso”, ressaltou.

Também participou do debate a gerente de negócios do Sistema Fiems, Cecilia Raychstock Fraga, que destacou a necessidade de transformar as atuais formas de aprendizagem. “Tem muito caminho que é na prática. Precisamos colocar o aluno no centro, não o aluno apenas como ouvinte”. 

Por fim, o painel deu espaço para os palestrantes debaterem “Como a educação pode potencializar a indústria no MS”. As conversas foram mediadas pelo gerente de educação do Sesi, Josebene Lima da Moura Filho.

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