Mais de mil pessoas em situação de rua foram acolhidas em unidades municipais desde janeiro deste ano. Instituições receberam reforço de cobertores para atender a demanda.
Em períodos de frio, as pessoas em situação de rua são as mais impactadas em Campo Grande. Conforme a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), as abordagens e procura espontânea pelos atendimentos do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), por meio do Centro POP, aumentam 50%.
Nas últimas semanas, as equipes de referência da secretaria têm intensificado as abordagens na região central, em praças, viadutos e demais espaços públicos, locais onde pessoas em situação de rua costumam se abrigar.
Desde a primeira frente fria deste ano, registrada em abril, as Unidades de Acolhimentos para Famílias e Adultos foram preparadas com reforço de cobertores, além da articulação de parcerias, por meio da oferta de vagas em Comunidades Terapêuticas (CT), para acolher quem precisa.
Para atender a demanda de denúncias, que podem ser feitas pelos telefones (67) 99660-6539 ou (67) 99660-1469, e ainda realizar buscas ativas, 11 equipes se revezam em turnos de 24h, durante toda a semana, incluindo fins de semana e feriados.
Ao receber uma ligação pelos canais de denúncia, as equipes da SEAS vão até o endereço indicado para fazer a oferta do acolhimento.
“No local é feito um relatório sobre a situação do usuário, caso ele seja encontrado no ponto indicado. Independente de localizar a pessoa, a equipe faz uma devolutiva para quem acionou o serviço”, detalhou a SAS em nota.
As equipes foram abastecidas com cobertores e as ações de abordagem são realizadas por educadores sociais e psicólogos.
Dados
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Assistência Social, entre janeiro e abril deste ano as quatro unidades de acolhimento somaram 1.498 acolhidos, sendo que no mesmo período o Centro POP atendeu 2224 pessoas. No mesmo período, o número de abordagens chegou a 1.140.
As pessoas que aceitam o serviço de assistência são encaminhadas para os locais de acolhimento, entre elas a Unidades de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias (UAIFA’s) e a Casa de Apoio São Francisco, além da Casa de Passagem Resgate, que acolhe estrangeiros e migrantes.
Nas unidades, os usuários têm acesso à alimentação, serviços de higiene pessoal, em banheiros adaptados, dormitórios em alas separadas, inclusive com área reservada para as famílias e, ainda, roupas e agasalhos doados pela população.
“Passam por atendimento psico jurídico social e são encaminhados para serviços da rede de atendimento municipal. As equipes ainda orientam quanto a solicitação de documentos e encaminhamento para oportunidades de trabalho, em parceria com a Funsat”, explicou a SAS.
As pessoas em situação de rua que não aceitam o serviço recebem cobertores para ser protegerem do frio. “A aceitação pelo acolhimento aumenta em média 20%. Ressaltamos que as recusas de atendimento são um direito garantido ao usuário pela Constituição Federal”.
Por Isabelly Melo e Débora Recalde, g1 MS
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