Procura de moradores de rua por abrigo aumenta 50% com chegada do frio em Campo Grande
12 de maio de 2023

Mais de mil pessoas em situação de rua foram acolhidas em unidades municipais desde janeiro deste ano. Instituições receberam reforço de cobertores para atender a demanda.

Em períodos de frio, as pessoas em situação de rua são as mais impactadas em Campo Grande. Conforme a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), as abordagens e procura espontânea pelos atendimentos do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), por meio do Centro POP, aumentam 50%.

Nas últimas semanas, as equipes de referência da secretaria têm intensificado as abordagens na região central, em praças, viadutos e demais espaços públicos, locais onde pessoas em situação de rua costumam se abrigar.

Desde a primeira frente fria deste ano, registrada em abril, as Unidades de Acolhimentos para Famílias e Adultos foram preparadas com reforço de cobertores, além da articulação de parcerias, por meio da oferta de vagas em Comunidades Terapêuticas (CT), para acolher quem precisa.

Para atender a demanda de denúncias, que podem ser feitas pelos telefones (67) 99660-6539 ou (67) 99660-1469, e ainda realizar buscas ativas, 11 equipes se revezam em turnos de 24h, durante toda a semana, incluindo fins de semana e feriados.

Ao receber uma ligação pelos canais de denúncia, as equipes da SEAS vão até o endereço indicado para fazer a oferta do acolhimento.

“No local é feito um relatório sobre a situação do usuário, caso ele seja encontrado no ponto indicado. Independente de localizar a pessoa, a equipe faz uma devolutiva para quem acionou o serviço”, detalhou a SAS em nota.

As equipes foram abastecidas com cobertores e as ações de abordagem são realizadas por educadores sociais e psicólogos.

Dados

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Assistência Social, entre janeiro e abril deste ano as quatro unidades de acolhimento somaram 1.498 acolhidos, sendo que no mesmo período o Centro POP atendeu 2224 pessoas. No mesmo período, o número de abordagens chegou a 1.140.

As pessoas que aceitam o serviço de assistência são encaminhadas para os locais de acolhimento, entre elas a Unidades de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias (UAIFA’s) e a Casa de Apoio São Francisco, além da Casa de Passagem Resgate, que acolhe estrangeiros e migrantes.

Nas unidades, os usuários têm acesso à alimentação, serviços de higiene pessoal, em banheiros adaptados, dormitórios em alas separadas, inclusive com área reservada para as famílias e, ainda, roupas e agasalhos doados pela população.

“Passam por atendimento psico jurídico social e são encaminhados para serviços da rede de atendimento municipal. As equipes ainda orientam quanto a solicitação de documentos e encaminhamento para oportunidades de trabalho, em parceria com a Funsat”, explicou a SAS.

As pessoas em situação de rua que não aceitam o serviço recebem cobertores para ser protegerem do frio. “A aceitação pelo acolhimento aumenta em média 20%. Ressaltamos que as recusas de atendimento são um direito garantido ao usuário pela Constituição Federal”.

Por Isabelly Melo e Débora Recalde, g1 MS

0 comentários