O vereador Junior Coringa presidiu a sessão solene de outorga da “Medalha do Legislativo Zumbi dos Palmares”, realizado na Câmara Municipal de Campo Grande, o evento é alusivo ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado anualmente em 20 de novembro.

“Espero que cada pessoa negra e parda aqui presentes se sintam bem representados. Nós somos irmãos e lutamos pelos mesmos ideais. O que queremos é igualdade racial, justiça e democracia, além da valorização da nossa música, nossa arte e nossa cultura. Esse é o legado do nosso povo”, discursou Rosângela Maria do Nascimento, que falou em nome dos homenageados.

A comenda é concedida a pessoas físicas ou jurídicas que se destacaram no combate a quaisquer discriminação ou preconceito, bem como na defesa dos princípios fundamentais do cidadão e na defesa da vida. A homenagem foi criada por meio do Decreto Legislativo nº 690/01.

Segundo o Promotor de Justiça e Coordenador do Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-racial do Ministério Público do Estado, Douglas Silva Teixeira, há uma estrutura ‘complexa e enraizada em todas as instituições’ que sustenta o preconceito racial.

“Conseguimos perceber que o negro esteve presente em todos os momentos importantes do nosso país, mesmo recebendo um tratamento desumano. Em eventos como este, temos a possibilidade de discutir o tema, homenagear pessoas como vocês, que fazem a diferença. Então, esta Casa de Leis, receba meus sinceros cumprimentos por essa iniciativa e a vocês, que são homenageados e homenageadas, minha admiração”, disse.

Zumbi, também conhecido como Zumbi dos Palmares, foi um líder quilombola brasileiro, o último dos líderes do Quilombo dos Palmares. Ele nasceu na então Capitania de Pernambuco, em região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado de Alagoas. Importante guerreiro na história brasileira, Zumbi foi um dos pioneiros na resistência contra a escravidão na América.

Em sua fala, o vereador Júnior Coringa, proponente da solenidade, defendeu a ampliação das políticas públicas de combate ao racismo. “Em Campo Grande, uma cidade moderna, ainda tem racismo e preconceito, ainda tem segregação racial. Eu sofri racismo por ser um jovem negro, morador de um bairro periférico. Mas, nunca abaixei a cabeça. O racismo não vai deixar que eu desista dos meus sonhos. Enfrento todos os dias o racismo de cabeça erguida. Não podemos desistir nem desanimar e, para isso, precisamos de políticas públicas, de cultura negra, de mais capoeira nos bairros. Que vocês nunca desistam de lutar pela igualdade racial e contra o racismo”, finalizou.